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O SURGIMENTO DO FASCISMO E NAZISMO

O SURGIMENTO DO FASCISMO E NAZISMO

 

 

 

 

 

 

 

 

PREFÁCIO

 

               

            Este trabalho, impulsionou-nos a investigação profunda dos factos ocorridos com o aparecimento destes duas doutrinas político-ideológicas que vieram a alterar o ″status quo″ da época.

           

O tema em abordagem, é de tamanha pertinência para estudantes do curso de Relações Internacionais, tal como é o nosso caso, pois que os regimes na qual nos iremos referir, foram os causadores da Segunda Grande Guerra. Guerra esta que viria a mostrar a necessidade de mudar as modalidades da política externa dos estados, culminando com a criação de uma nova e mais abrangente organização de cariz Universal (ONU).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

[1]Apesar da 1ª guerra mundial estar a favor das democracias liberais, as suas consequências foram nefastas que provocaram uma desorganização da economia europeia, o desemprego acentuado um divórcio entre povo e os seus representantes, ao mesmo tempo que a revolução russa de 1917 constituiu uma ameaça (o comunismo).

Vai se assistir na Alemanha e na França uma situação bastante crítica, onde cresceu uma oposição aos governos liberais vigentes. E assim que o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha conquistaram o apoio de muitos sectores da população. Com a instalação de ditaduras de direito, puderam resolver a crise do capitalismo garantindo uma ordem do sistema dos juros e as propriedades.

O fascismo é uma doutrina totalitária de extrema-direita desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919, e durante seu governo (1922 – 1943 e 1943 – 1945).

O "Nazismo" ou o "Nacional-socialismo" designa a política da ditadura que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o "Terceiro Reich". O nazismo é frequentemente associado ao fascismo, embora os nazis dissessem praticar uma forma nacionalista e totalitária de socialismo (oposta ao socialismo internacional marxista).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 CAPÍTULO I

  O SURGIMENTO DO FASCISMO

 

Fascismo deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam.

O fascismo é uma doutrina totalitária de extrema-direita desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 [2](Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu em 29 de Julho de 1883 e morreu em 28 de Abril de 1945, foi jornalista e político italiano. Governou com poderes ditatoriais a Itália, entre 1922 a 1943, autodenominando-se Il Duce, que significa em italiano "o líder".)

A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo semelhante ao de Mussolini, o qual exalta a nação e muitas vezes a raça acima do indivíduo, embora de forma não tão explícita como no nazismo e usa da violência, de modernas técnicas de propaganda e censura para suprimir pela força a oposição política, emprega uma arregimentação económica e social severa, e sustenta o nacionalismo e por vezes a xenofobia (nacionalismo étnico), tendo em conta que se privilegia preferencialmente os nascidos no próprio país, desenvolvendo-se dessa forma uma certa apatia para com os imigrantes. De acordo com o doutrinário do libertarianismo Nolan Chart, o "fascismo" ocupa um lugar no espectro político como um equivalente capitalista ao comunismo, sendo um sistema que apoia a liberdade "económica" mas ao mesmo tempo constrito pelos seus controles sociais de tal forma que ele se torna virtualmente indistinguível do totalitarismo (ditadura).

[3]Num artigo da Enciclopédia Italiana de 1932, escrito por Giovanni Gentile e atribuído a Benito Mussolini, o fascismo é descrito como um sistema no qual "O Estado não apenas é autoridade que governa e molda as vontades individuais com leis e valores da vida espiritual, mas também poder que faz com que a sua vontade no estrangeiro prevaleça... Para o fascista, tudo está dentro do Estado e... nem indivíduos ou grupos estão fora do Estado... Para o Fascismo, o Estado é um absoluto, perante o qual os indivíduos ou grupos são apenas algo de relativo”.

Mussolini, em um discurso proferido no dia 28 de Outubro de 1925 proferiu a frase que define concisamente a filosofia do fascismo: "Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato" ("Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado").

 

O Fascismo italiano assume que a natureza do estado é superior à soma dos indivíduos que o compõem e que eles existem para o estado, em vez de o estado existir para os servir. Deste modo todos os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado. No seu modelo corporativista da gestão totalitária mas privada, as várias funções do Estado são desempenhadas por entidades individuais que compõem o Estado, sendo do interesse do Estado inspeccionar essa acção, sem nacionalizar aquelas entidades. A actividade privada é num certo modo empregue pelo Estado, o qual pode decidir suspender a infra-estrutura de alguma entidade de acordo com a sua utilidade e direcção, ou interesse do estado.

A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O Fascismo também encontrou grande sucesso nas áreas rurais, especialmente entre agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações das classes trabalhadoras - partidos da esquerda e sindicatos.

O Fascismo, em muitos aspectos, é uma ideologia de negativismo: anti-liberal, anti-comunista, anti-democrática, anti-igualitária, etc. Como sistema político e económico em Itália, combinava elementos de corporativismo, totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo.

 

1.1  - Princípios Fundamentais do Fascismo.

 

  1. Primazia do estado: tudo no estado e nada contra e      fora do estado;
  2. Culto do chefe: submete e obedece-se sem contestação;
  3. Militarismo: alto nível de treinamento e importância      das ordens dos chefes.
  4. Corporativismo: agrupar patroes e operários em      organismo suposto a defender o interesse comum ``as corporações.
  5. Nacionalismo e Imperialismo (o espírito expansionista      herança do império antigo), os exércitos de Mussolini invadiram e ocuparam      em 1936 a Etiópia e também participaram na guerra Espanhola de 1936-1939. O      imperativo era fazer uma Itália grande.

 

1.2  - A Origem e a Ideologia do Fascismo.

 

Etimologicamente, o uso da palavra fascismo na história política italiana moderna recua aos anos da década de 1890 na forma dos fasci, que eram grupos políticos radicais que proliferaram nas décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial.

O texto Doutrina do Fascismo foi escrito por Giovanni Gentile, um filósofo idealista e que serviu como o seu filósofo oficial. Mussolini assinou o artigo e o texto foi-lhe atribuído oficialmente. Nele, os franceses Georges Sorel, Charles Peguy, e Hubert Lagardelle foram invocados como as fontes do fascismo. As ideias de Sorel quanto ao sindicalismo e a violência são postas em evidência neste documento. Ele também cita o francês Joseph Renan que ele diz ter "intuições pré-fascistas".

Quer Sorel como Peguy foram influenciados pelo francês Henri Bergson. Bergson rejeitava o cientismo, a evolução mecânica e o materialismo da ideologia Marxista.

 

 

1.3  - O Fascismo na Itália.

 

Mussolini fundou o movimento fascista em 23 de Março de 1919, numa reunião feita na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchi.

Em 1921, os fascistas passaram a desenvolver um programa que exigia a república, a separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo para heranças e o desenvolvimento de cooperativas.

O estado fascista de Mussolini foi estabelecido aproximadamente uma década antes da chegada de Hitler ao poder. Tanto um movimento como um fenómeno histórico, o fascismo italiano foi, em muitos aspectos, uma reacção à falha aparente do laissez-faire e ao medo dos movimentos de esquerda, apesar de que as circunstâncias na história intelectual devem ser consideradas, como o abalo do positivismo e o fatalismo generalizado do pós-guerra na Europa.

O fascismo foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de pressões inter-relacionadas de ordem económica, política e cultural. Sob o estandarte desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos sectores da população italiana. Adicionalmente, tais instituições democráticas nunca cresceram ao ponto de se tornarem firmemente enraizadas na nova nação-estado.

À medida que essa mesma depressão do pós-guerra fez crescer a sedução pelo Marxismo entre o proletariado urbano, ainda mais desprovido de direitos do que as suas contrapartes no continente, o receio relativamente à força crescente do sindicalismo, o comunismo e o socialismo proliferaram entre a elite e a classe média. De certa forma, Benito Mussolini preenchia um vácuo político. O Fascismo emergiu como uma "terceira via" — como a última esperança da Itália para evitar o colapso iminente do "fraco" liberalismo italiano, e a revolução comunista.

Ao mesmo tempo que falhava em delinear um programa coerente, o fascismo evoluiu para um novo sistema político e económico que combinava o corporativismo, o totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo num estado desenhado de forma a unir todas as classes num sistema capitalista, mas um novo sistema capitalista no qual o estado detinha o controlo da organização de indústrias vitais. Sob a bandeira do nacionalismo e poder estatal, o Fascismo parecia sintetizar o glorioso passado romano com uma utopia futurista.

O isolamento internacional e o seu envolvimento comum na Espanha vão fazer ressaltar uma crescente colaboração diplomática entre a Itália e a Alemanha Nazi. Isto fez-se reflectir também nas políticas domésticas do regime fascista italiano, as primeiras leis anti-semitas foram passadas em 1938.

A intervenção da Itália (com início em 10 de Junho de 1940) na Segunda Guerra Mundial como aliado da Alemanha trouxe o desastre militar e resultou na perda das colónias no norte e leste africanos bem como a invasão americano-britânica da Sicília em Julho de 1943 e o sul de Itália em Setembro de 1943.

Mussolini foi demitido como primeiro-ministro pelo rei Victor Emmanuel III de Itália a 25 de Julho de 1943, e subsequentemente preso. Foi libertado em Setembro por pára-quedistas alemães e instalado como chefe de uma "República Social Italiana" fantoche em Salo, no norte da Itália, então ocupado pela Alemanha. A sua associação com o regime de ocupação alemão erodiu muito do pouco apoio que lhe restava. A sua execução sumária em 28 de Abril de 1945 por guerrilheiros, durante uma fase final da guerra particularmente violenta, foi vista por muitos observadores então como o final apropriado para o seu regime.

Após a guerra, os resquícios do fascismo italiano reagruparam-se largamente sobre a égide do "Movimento Social Italiano" (MSI) neo-fascista. O MSI coligou-se em 1994 com a antiga "Democrazia Cristiana" conservadora para formar a Alleanza Nazionale (AN), que proclama o seu compromisso com o constitucionalismo, o governo parlamentar e pluralismo político.

 

1.4  - O Fascismo: uma oposição ao Comunismo.

 

O Fascismo desenvolveu uma oposição ao socialismo e o comunismo, embora muitos fascistas houvessem sido marxistas no passado.

Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No Socialismo, considera-se que o Estado é meramente uma "ferramenta do povo", algumas vezes chamado de "mal necessário", que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam completamente o estado). Já o Fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo, e digno de obediência e subserviência por parte do povo.

O Fascismo rejeita as doutrinas centrais do Marxismo, que são a luta de classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção.

Um governo fascista é geralmente caracterizado como de "extrema-direita" e um governo socialista, de "esquerda". Mas teóricos como Hannah Arendt e Friedrich Hayek argumentam que existem diferenças apenas superficiais entre o Fascismo e formas totalitárias de socialismo ; uma vez que os governos autoproclamados "socialistas" nem sempre mantiveram seu ideal de servir ao povo e respeitar os princípios democráticos.

[5]Socialistas e outros críticos sustentam que não há sobreposição ideológica entre Fascismo e Marxismo; acreditam que ambas as doutrinas são diametralmente opostas. Sendo o Marxismo a base ideológica do comunismo, eles concluem que as comparações feitas por Arendt e outros são inválidas.

[6]Mussolini rejeitou completamente o conceito Marxista de luta de classes ou a tese Marxista de que o operariado deveria apropriar-se dos meios de produção. Em 1932 ele escreveu (na Doutrina do Fascismo, por via de Giovanni Gentile):

"Fora do Estado não pode haver nem indivíduos nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes). Então o Fascismo opõe-se ao Socialismo, que confina o fluxo da história à luta de classes e ignora a unidade de classes estabelecida em uma realidade económica e moral do Estado."

Apesar de o fascismo italiano ter proclamado a sua antítese ao socialismo, a história pessoal de Mussolini no movimento socialista teve alguma influência sobre ele. Elementos da prática dos movimentos socialistas que ele reteve foram:

 

  • A necessidade de um partido de massas;
  • A importância de obter o apoio entre a classe trabalhadora
  • Técnicas de disseminação de ideias tais como o uso de propaganda.

O Manifesto Fascista original continha um determinado número de propostas para reformas que também eram comuns entre os movimentos socialista e democráticos e eram desenhados para apelar à classe trabalhadora. Estas promessas foram geralmente ignoradas uma vez que os fascistas tomaram o poder.

1.5  - Fascismo Como Um Fenómeno Internacional.

 

É frequentemente uma matéria de disputa saber se um determinado governo poderá ser caracterizado como fascista, autoritário, totalitário, ou simplesmente um Estado policial. Regimes que se proclamaram como fascistas ou que são considerados como simpatizantes do fascismo incluem:

  • Áustria (1933-1938) - Austro-fascismo: Dollfuß dissolveu o parlamento e estabeleceu uma ditadura que durou até a Áustria ter sido incorporada na Alemanha através do Anschluss. A ideia de Dollfuß de um "Ständestaat" foi tirada de Mussolini.
  • Alemanha (1933-1945) - Governada pelo movimento Nazi de Adolf Hitler (der Führer).
  • Espanha (1936-1975) - Após a prisão e execução em 1936 do seu fundador José Antonio Primo de Rivera durante a Guerra Civil Espanhola, o partido da Falange fascista espanhola foi liderado pelo Generalíssimo Francisco Franco, que se tornou conhecido como El Caudillo, líder indisputado do lado nacionalista na guerra civil, e, após a sua vitória, chefe de estado espanhol até à sua morte, mais de 35 anos depois.
  • Portugal (1932-1968) - Menos restritivo que os regimes fascistas da Itália, Alemanha e Espanha, o Estado Novo de António de Oliveira Salazar era no entanto um regime quasi-fascista.
  • Grécia - a ditadura de Joannis Metaxas entre 1936 e 1941 não era particularmente ideológica na sua natureza, e pode por isso ser caracterizada mais como autoritária do que fascista. O mesmo pode ser argumentado sobre a ditadura militar do Coronel George Papadopoulos entre 1967 e 1974, que foi apoiada pelos Estados Unidos.
  • Brasil (1937-1945) - Muitos historiadores argumentam que o Estado Novo brasileiro sob a liderança de Getulio Vargas foi uma variante sul-americana dos regimes fascistas do continente europeu. Por um certo período de tempo, o regime de Vargas chegou mesmo a estar coligado com o Partido integralista de Plínio Salgado, um movimento brasileiro abertamente fascista.
  • África do Sul (1948-1994) - Muitos estudiosos classificam o sistema de apartheid implementado por Malan e Verwoerd como uma forma de fascismo.
  • [7]Rodésia (1965-1978) - O sistema de segregação racial liderado por Ian Smith é, à semelhança do sistema de apartheid da África do Sul, considerado uma forma de fascismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO II

 O SURGIMENTO DO NAZISMO

 

O "Nazismo" ou o "Nacional-socialismo" designa a política da ditadura que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o "Terceiro Reich". O nazismo é frequentemente associado ao fascismo, embora os nazis dissessem praticar uma forma nacionalista e totalitária de socialismo (oposta ao socialismo internacional marxista).

O Partido Nacional Socialista alemão defendia o "Nationalsozialismus" ("Nacional-Socialismo"). Ainda hoje há alguma controvérsia sobre se a natureza do regime nazi tinha alguma coisa em comum com o socialismo. Alguma direita e extrema-direita, chegando por vezes até ao centro, em especial em países com mais forte tradição anti-comunista (como os Estados Unidos da América), referem-se ao nazismo como uma forma de socialismo, apontando para o nome, para alguma da retórica nazi e para a estatização da sociedade como provas. A generalidade da esquerda rejeita essas ideias, apontando para a existência, desde ainda antes da tomada do poder por Hitler, de uma resistência comunista e socialista ao nazismo, para o carácter internacionalista e fraterno do socialismo, totalmente oposto à teoria e prática nazi, e para a manutenção, pelos nazis, de toda a estrutura capitalista da economia alemã, limitada apenas pelas condicionantes de uma economia de guerra e pela abordagem àquilo a que os nazis chamavam o "problema judeu".

O nazi mais importante foi Adolf Hitler, que governou a Alemanha Nazi entre 30 de Janeiro de 1933 até ao seu suicídio a 30 de Abril de 1945, levou o Reich alemão à Segunda Guerra Mundial e supervisionou o assassínio de 40 milhões de pessoas (a maioria eram Judeus). Com Hitler, o nacionalismo étnico e o racismo juntaram-se numa ideologia militarista.

[8]O ditador Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, ou NSDAP). A Alemanha deste período é também conhecida como "Alemanha Nazi" e os partidários do nazismo eram chamados ″ Nazis ″.

Depois da guerra, muitos nazis de primeiro plano foram condenados por crimes de guerra e contra a humanidade no Julgamento de Nuremberga.

O símbolo nazi é a suástica orientada no sentido dos ponteiros do relógio.

 

 

2.1 - Teoria Ideológica Nazi.

 

De acordo com "Mein Kampf" (A Minha Luta), Hitler desenvolveu as suas teorias políticas pela observação cuidadosa das políticas do Império Austro-Húngaro. Ele nasceu como cidadão do Império e acreditava que a sua diversidade étnica e linguística o enfraquecera. Também via a democracia como uma força desestabilizadora, porque colocava o poder nas mãos das minorias étnicas, que tinham incentivo para enfraquecer e desestabilizar mais o Império.

O centro da ideologia nacional-socialista é o termo raça. A teoria nazi diz que a raça ariana é uma "raça-mestra", superior a todas as outras, e justifica esta crença da seguinte maneira:

"O nacional-socialismo diz que uma nação é a máxima criação de uma raça. Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações nascem do poderio militar e que este, por sua vez, se origina em culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos".

As nações mais fracas, para os nazis, são aquelas criadas por raças impuras, "mulatas" porque têm culturas divididas, briguentas e, portanto, fracas.

De acordo com os nazis, um erro óbvio deste tipo é permitir ou encorajar múltiplas línguas dentro de uma nação. Esta crença é o motivo pelo qual os nazis alemães estavam tão preocupados com a unificação dos territórios dos povos de língua alemã.

Nações incapazes de defender as suas fronteiras, diziam, seriam a criação de raças fracas ou escravas. Pensava-se que as raças escravas eram menos dignas de existir do que as raças-mestras. Em particular, se uma raça-mestra necessitar de espaço para viver (Lebensraum), pensava-se que ela tinha o direito de tomar o território e matar ou escravizar as "raças escravas" indígenas.

Raças sem pátria eram, portanto, consideradas "raças parasíticas". Quanto mais ricos fossem os membros da "raça parasítica" mais virulento seria o parasitismo. Uma raça-mestra podia, portanto, de acordo com a doutrina nazi, endireitar-se facilmente pela eliminação das "raças parasíticas" da sua pátria.

Foi esta a justificação teórica para a opressão e eliminação dos judeus e dos ciganos, um dever que muitos nazis (curiosamente) consideravam repugnante.

As religiões que reconhecessem e ensinassem estas "verdades" eram as religiões "verdadeiras" ou "mestras" porque criavam liderança por evitarem as "mentiras reconfortantes". As que pregassem o amor e a tolerância, "em contradição com os factos", eram chamadas religiões "escravas" ou "falsas".

Os homens que aceitassem estas "verdades" eram chamados "líderes naturais"; os que as rejeitassem eram chamados "escravos naturais". Dizia-se dos escravos, especialmente dos inteligentes, que embaraçavam os mestres pela promoção de falsas doutrinas religiosas e políticas.

 

2.2 - Princípios do Nazismo.

 

Como outros regimes fascistas, o regime nazi punha ênfase no anti-comunismo e no princípio do líder (Führerprinzip). Este é um princípio-chave na ideologia fascista, segundo o qual se considera o líder como a corporização do movimento e da nação. Ao contrário de outras ideologias fascistas, o nazismo era virulentamente racista. Algumas das manifestações do racismo nazi foram:

 

  • Anti-semitismo, que culminou no Holocausto.
  • Nacionalismo étnico, incluindo a noção dos alemães como o Herrenvolk ("raça-mestra") e o Übermensch ("super-homem")
  • Uma crença na necessidade de purificar a raça alemã através da eugenia, que culminou na eutanásia não-voluntária de pessoas diminuídas
  • O anti-clericalismo também fez parte da ideologia nazi, o que é mais um ponto de divergência com outros fascismos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO III

 NAZISMO versus FASCISMO

 

O termo "nazismo" é freqüentemente (mas incorrectamente) usado como sinónimo de "fascismo". Ao passo que o nazismo incorporou elementos estilísticos do fascismo, as semelhanças principais entre os dois foram:

  • A ditadura;
  • [9]O irredentismo territorial; 
  • A teoria económica básica.

Por exemplo, Benito Mussolini, o fundador do fascismo, não adoptou o anti-semitismo até se ter aliado a Hitler, enquanto que o nazismo foi explicitamente racista desde o início. O ditador espanhol Francisco Franco, frequentemente chamado fascista, poderá talvez ser descrito como um monárquico católico reaccionário que adoptou pouco do fascismo para além do estilo.

Para o fim do século XX, surgiram movimentos neo-nazis em vários países, incluindo os Estados Unidos da América e várias nações europeias. O neo-nazismo inclui qualquer grupo ou organização que exibe uma ligação ideológica com o nazismo. É frequentemente associado à subcultura juvenil skinhead. Alguns partidos políticos da orla do espectro como, nos EUA, o Partido Verde Nacional Socialista Libertário (LNSGP, ou Libertarian National Socialist Green Party), adoptaram ideias nazis.

            Vamos aqui salientar que Hitler e Mussolini – as  duas figuras mais importantes do nazismo e fascismo – eram muito chegados, aliás, Adolf Hitler foi um grande admirador de Benito Mussolini e apoiou-se mesmo nos princípios ideológicos fascistas para criar a ideologia nazi.

  

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Nazismo e Fascismo constituíram-se uma forma de governo autoritária , cujo auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia ter rígido controle da vida nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas, raciais (principalmente o Nazismo)  e mais frequentemente militaristas.

Podemos dizer que, o nazismo e o fascismo foram a resposta da burguesia moderna da época para a grave crise que atingia o capitalismo no início do século XX[10].

 Assim, podemos afirmar que se Hitler e Mussolini não tivessem implantado suas ditaduras, outros o fariam, pois era uma forma de sair da crise económica e política em que se encontrava a Europa na época.

O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupúsculos de simpatizantes, chamados neo-nazis, continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto e outras acções dos nazis e tenta deitar uma luz positiva sobre as políticas do regime nazi e os acontecimentos que ocorreram sob ele.

Já os regimes fascistas, aos poucos foram perdendo credibilidade junto da comunidade internacional e acabaram por desaparecer.

Quanto ao impacto que tais regimes causaram nas relações internacionais da época em que surgiram, são bem visíveis: foi Hitler com o apoio de Mussolini quem causaram a IIª Guerra Mundial. Esse acontecimento alterou de forma significativa a forma como os estados se inter-relacionam.

Foi ainda o regime nazi o culpado pelas mais de 40 milhões de mortes nos campos de concentração, a que se denominou de Holocausto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

 

  • Matéria de história da 12ª classe do ano de 2010. Curso de Geografia/História.

 

 

 

  • O surgimento do terceiro Reich. Documentário do canal televisivo ″ Canal de História ″ .

 

  • Dicionário de Relações Internacionais; Pascal Boniface, 2008.

 

  • Apocalipse da IIª Guerra Mundial: Documentário do Canal televisivo National Geographic Channel.

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Tirado duma matéria de história da 12ª classe do ano de 2010.

[2] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

[3] Enciclopédia Italiana de 1932, citada pela Wikipédia.

[4] Matéria de história da 12ª classe do ano de 2010.

[6] www.constitution.org/tyr/mussolini.htm

[7] Actual Zimbabué.

[8] Documentário do Canal de História: O surgimento do terceiro Reich

[9] 1.Movimento italiano de reivindicação, depois de 1870, dos territórios que tinham permanecido como possessões austríacas.
2.Política de libertar do poder, povos estranhos com afinidades étnicas, culturais, etc.

[10] A grande depressão dos anos 30.